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Crescer Sem Perder o Norte

  • Foto do escritor: MindsetSucesso
    MindsetSucesso
  • 22 de jan.
  • 4 min de leitura

(imagem gerada por I.A.)
(imagem gerada por I.A.)


A volatilidade que hoje permeia o universo empresarial, ora nutrida pela imprevisibilidade geopolítica, ora impulsionada pela constante inovação tecnológica, demonstra como seria redutor olhar para o crescimento das equipas de trabalho apenas numa vertente quantitativa. O ingresso de novos colaboradores numa empresa culmina, quase inevitavelmente, na exigência de uma metamorfose interna, onde os processos, as relações e os horizontes estratégicos se fundem num esforço contínuo para conciliar a estabilidade e a fluidez.


Dantes, supunha-se que a mera expansão dos recursos humanos simbolizava inequívoca prosperidade. Contudo, a realidade que vivemos, obriga a uma reavaliação rigorosa da forma como se estruturam as funções, como se consolida a comunicação e de que forma se protege a unidade cultural. É necessário, portanto, realizar uma reflexão profunda sobre o exercício de delegar. Entre o perpetuar de um organograma rígido, que reprime o potencial individual e propor um modelo participativo, gerador de ideias e de soluções de índole estratégica.

 

À medida que as equipas crescem e o talento se dispersa naturalmente por diferentes geografias, a arte de reconhecer o capital humano certo para cada desafio converte-se não só na eficiência, mas num testemunho de inteligência corporativa. Ser capaz de atribuir funções não significa, de todo, abandonar o controlo. Significa, antes, instituir um sistema em que a autoridade não deriva exclusivamente da sua posição na hierarquia, mas sim da proficiência técnica e conceptual de cada indivíduo. Ao clarificar as responsabilidades, os objetivos e os prazos, mantendo, porém, o necessário espaço para a iniciativa e para o pensamento critico autónomo, a liderança liberta-se para refletir de forma mais ampla e mais ousada, sendo capaz de projetar o futuro a médio e a longo prazo.

 

Assim que as equipas crescem, surge a problemática da comunicação. As organizações que funcionam dispersas por múltiplos fusos horários, com colaboradores de perfis culturais diversificados, enfrentam frequentemente o risco de se verem embrulhadas em mensagens redundantes ou em informações desencontradas. A falta na precisão da transmissão de dados ou a ausência de mecanismos de partilha homogéneos podem minar a clareza estratégica, gerando equívocos ou até mesmo, atrasos nos processos de decisão vitais. É, por isso, imperativo adotar uma perspetiva de comunicação verdadeiramente cristalina, que promova reuniões de alinhamento concisas - mas recorrentes, ancoradas em plataformas digitais que aproximem pessoas geograficamente distantes.

Esta diligência deve ser acompanhada de um exercício constante de transparência, através do qual cada membro da equipa seja capaz de compreender o ponto de situação da organização, as metas que se pretendem alcançar e, os indicadores fundamentais que sustentam a tomada de decisão. É neste ambiente de confiança mútua, que se dissipam dúvidas, fortalecem parcerias e que se é capaz de instaurar um sentimento de corresponsabilidade.

 

A introdução de lideranças intermédias fortes adquire relevância particular quando os quadros organizacionais se tornam heterogéneos e numerosos. Não basta centrar o peso da condução estratégica numa única pessoa. É necessário formar e munir certos perfis com competências avançadas de mentoria e de coaching, capacitando-os para intermediar a comunicação entre o topo da cadeia e a base, para identificar conflitos embrionários e, acima de tudo, para promover metodologias de elevada excelência.

Esses líderes intermédios, sendo apoiados pela visão clara das suas atribuições e apoiados em metodologias de avaliação contínua, atuam como o fio condutor entre a ambição macro e o pulsar quotidiano. Nesse fino equilíbrio, garantem que as diretivas superiores não se diluem em sucessivas camadas de burocracia e que as sugestões, aquelas que surgem de quem lida diariamente com as operações, são devidamente valorizadas.

 

No exato centro deste movimento de expansão, a inovação e a inclusão firmam-se como princípios fundamentais. A capacidade para estimular a criatividade coletiva, através de perspetivas dissonantes, mas complementares, é o poderoso antídoto contra a obsolescência.

Os fóruns de criação conjunta e os espaços de debate multidisciplinar podem abrir o caminho para abordagens fora da caixa, capazes de revolucionar produtos, serviços ou processos. Para que seja possível, não basta recitar compromissos constantes abstratos com a diversidade, há que criar a garantia de que cada colaborador, independentemente da sua posição, veja as suas ideias respeitadas e, se oportunas, concretizadas!

 

A pluralidade de perfis, interesses e formações enriquece o tecido da organização, dotando-a de respostas diferenciadas a problemas cada vez mais complexos.

Quando o reconhecimento do contributo individual se apresenta como política transversal e claramente assumida, solidifica-se a coesão interna e, eleva-se o nível de entusiasmo e de lealdade perante a visão comum.

 

Dito isto, apenas numa cultura de flexibilidade e de aprendizagem permanente se poderá converter esta diversidade em verdadeiro motor de sustentabilidade.

Os avanços tecnológicos, a dinâmica concorrencial e as transformações macroeconómicas operam a um ritmo frenético, exigindo contínua adaptação de competências e de processos. As lideranças esclarecidas encorajam programas de formação e de atualização regulares, acolhem metodologias de experimentação controlada e fazem revisões periódicas às suas estratégias, ajustando-as com celeridade às exigências de cada contexto.

Uma organização que sabe aprender consigo mesma, reaproveitando efetivamente as lições de tentativas bem-sucedidas ou dos fracassos contingentes, dispõe de uma vantagem competitiva considerável, pois não se cristaliza nos procedimentos esgotados nem teme em romper paradigmas gastos.

 

Verificamos, portanto, que a mera adição de colaboradores não constitui, por si só, sinónimo de vitalidade ou de êxito. A expansão das equipas encerra, antes, a promessa de um salto qualitativo que, para se materializar, requer um conjunto de práticas e de valores inegociáveis. Uma delegação ponderada, uma comunicação inequívoca, uma estrutura de lideranças intermédias sólidas, uma cultura de inovação inclusiva e uma predisposição para a aprendizagem contínua.

Sob essa égide, o aumento da massa humana não é simplesmente um reflexo de crescimento, mas testemunho de um processo de evolução interna, de uma maturidade que permite às organizações prosperar num presente de incertezas e, vislumbrar um futuro de enormes e excitantes oportunidades.

 

No final de contas, a força de uma equipa mede-se não pela soma dos seus elementos, mas pela capacidade em manterem a coerência, a agilidade e o espírito de conquista que a tornam única e relevante.

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